Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo, em Santa Maria, onde hoje o Governo açoriano iniciou uma visita estatutária, é guardião do trabalho do naturalista, pioneiro no estudo da ilha e cujo acervo doou à região há dez anos.
“O centro tem uma importância enorme, porque ao longo da sua vida acumulou um espólio [coleções de documentos, fósseis e aves] que doou à região e que nós temos agora a oportunidade de partilhar com o público que nos visita, além da população local”, afirmou à agência Lusa a secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo, Marta Guerreiro, à margem da visita ao espaço.
Segundo Marta Guerreiro, o espaço, inaugurado em 2009 no centro histórico de Vila do Porto e que o ano passado viu ser-lhe acrescentada a Casa dos Fósseis, foi visitado por cerca de 11 mil pessoas.
Para a governante, o número de visitantes ao centro pode ser incrementado com a Casa dos Fósseis, considerando que esta, assim como o roteiro dos fósseis, é “mais um potenciador” para “atrair mais turistas e interessados sobre esta matéria”.
De acordo com informação disponibilizada pela secretária regional, o centro “foi criado com o objetivo de albergar o espólio do naturalista Dalberto Pombo, pioneiro no estudo da diversidade geológica e biológica da ilha, assim como promover o conhecimento do património natural”.
Considerado um dos pioneiros na educação ambiental nos Açores, Dalberto Pombo (1928-2007) chegou a Santa Maria em 1952 para desempenhar funções de escriturário de tráfego na Direção-geral de Aeronáutica.
Nesta ilha, criou o Centro Jovens Naturalistas que, em 1986, numa viagem à ilha de São Jorge, “resultou em 26 novas espécies para os Açores e oito novas para a ciência”.
“Três dos especialistas que recebiam e identificavam as espécies capturadas pelo naturalista dedicaram-lhe cinco, atribuindo o restritivo específico ‘pomboi’” a uma pulga do mar, dois ácaros e dois escaravelhos, refere informação da tutela.
Um dos “aspetos relevantes das ações que Dalberto Pombo desenvolveu como naturalista foi o início de etiquetagem de tartarugas marinhas que passavam ao largo da lha de Santa Maria”, para saber a sua proveniência e destino, adianta a mesma informação.
No espaço, o visitante pode ver na sala “insecta” o “mundo das borboletas e dos escaravelhos” e na sala seguinte, denominada “caretta”, é possível observar a “diversa coleção de aves embalsamadas pelo naturalista”, como o cagarro, a alma-negra ou o milhafre.
Destaque ainda para a estrelinha de Santa Maria, a ave mais pequena da Europa, e para dois exemplares embalsamados de tartarugas-comuns (‘caretta-caretta’).
Noutro espaço, denominado “pomboi”, foi recriado o escritório de Dalberto Pombo, havendo ainda “coleções de moluscos atuais e de rochas” e exemplares da flora.
Já na Casa dos Fósseis podem ser vistos exemplares da coleção do naturalista e da coleção de referência da Universidade dos Açores, proporcionando ainda “uma viagem em 3D pela formação geológica da ilha, do passado ao presente, focando a importância da sua riqueza paleontológica no contexto internacional”.
SR / MCL