O Presidente do Governo dos Açores inaugurou hoje as obras de ampliação do Jardim Botânico do Faial, um investimento de cerca de 600 mil euros que se enquadra na estratégia de implementação de políticas públicas de preservação do património natural da Região.
“Este Jardim Botânico do Faial é um excelente exemplo daquilo que nós, enquanto Região, temos feito ao longo dos anos, e vamos continuar a fazer”, no âmbito da preservação da natureza, assegurou Vasco Cordeiro na inauguração deste espaço natural, que inclui o Orquidário dos Açores, mas também novas instalações para o Banco de Sementes.
“Temos o objetivo de, até 2020, atingir os 100 por cento de plantas endémicas dos Açores conservadas neste Banco de Sementes”, que apresenta já, neste momento, uma taxa de cerca de 90 por cento, referiu o Presidente do Governo nesta cerimónia integrada na visita do Executivo ao Faial.
Segundo referiu, o investimento efetuado no Jardim Botânico, no Banco de Sementes e no Orquidário integra-se, assim, no caminho que tem sido feito de transformar este tipo de infraestruturas na Região em ativos de desenvolvimento e progresso para as comunidades onde se inserem, mantendo, naturalmente, a sua função de elemento de conservação da natureza.
“Estamos empenhados nesta parceria virtuosa entre estes objetivos, mas isso passa também por aqueles que, no terreno, dão expressão prática a esse trabalho”, destacou Vasco Cordeiro.
Na sua intervenção, o Presidente do Governo recordou que os Açores começaram a fazer este percurso de preservação do património natural ainda em 1972, com a criação das reservas da Caldeira do Faial e da Montanha do Pico, mas foi a partir dos últimos anos do século XX que a Região deu um salto significativo na afirmação de políticas públicas de conservação da natureza.
“Demos passos significativos e elucidativos desta ação pública, como a integração de uma vasta área do território na Rede Natura 2000 e, depois, com a criação dos nove Parques Naturais de Ilha”, que permitiram a introdução de um modelo coerente de gestão das áreas protegidas, sublinhou o Presidente do Governo.
Vasco Cordeiro destacou também o envolvimento da Região no projeto internacional BLUE Azores, que junta as fundações Oceano Azul e Waitt, e que tem, entre outros, o objetivo ambicioso de transformar cerca de 15 por cento da zona económica exclusiva da Região em áreas protegidas.
O Jardim Botânico do Faial foi fundado há 33 anos, tendo surgido com o objetivo de reunir uma coleção de flora da Macaronésia que servisse de base para a promoção e conservação da importante biodiversidade deste espaço geográfico.
“Ao longo dos anos, tem cumprido exemplarmente o seu papel de conservação da flora da Macaronésia e, em especial, da flora dos Açores, sendo a base de variadíssimos projetos de conservação, ex-situ e in-situ”, frisou Vasco Cordeiro.
Com a obra que hoje se inaugurada, o Jardim Botânico do Faial duplicou a sua área, passando a ocupar cerca de 1,5 hectares.
O Banco de Sementes dos Açores passa a ocupar melhores instalações, permitindo uma maior e mais eficiente capacidade de conservação das espécies, encontram-se conservadas cerca de 12 milhões de sementes, distribuídas por 504 amostras de 63 espécies, sendo 51 endemismos açorianos.
Outro elemento de destaque no espaço é a área de estufa, com cerca de 800 m2, que alberga o novo Orquidário dos Açores, que recebe a coleção de orquídeas de Henrique Peixoto, que estava exposta no Jardim Botânico desde 2010, bem como a coleção de orquídeas recebida dos cidadãos finlandeses Pekka e Tuuliki Ranta, proprietários da segunda maior coleção de orquídeas da Europa e uma das maiores do mundo.
Assim, a atual coleção do Orquidário dos Açores é composta por cerca de 5.000 orquídeas, representando 320 tipos e 51 géneros, contendo as espécies açorianas, onde se inclui a 'Platanthera azorica', a orquídea mais rara da Europa, conhecida apenas no Planalto Central de São Jorge e na Caldeira do Faial.
GaCS/PC