16-07-2018 14:35

Resíduos

Marta Guerreiro afirma que a Região reciclou “mais de metade” dos resíduos urbanos em 2017

A Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo afirmou hoje que se registou em 2017 um “incremento da valorização material e orgânica e da valorização energética”, adiantando que os Açores passaram a valorizar "mais de metade dos resíduos urbanos produzidos”, correspondendo a 51%. 

Marta Guerreiro, que falava, em São Miguel, na inauguração do Centro de Triagem Automatizado, salientou que estes valores fazem com que o ano de 2017 se constitua como "um marco de referência no que respeita aos resíduos urbanos”, recordando que, em 2012, “87% dos resíduos urbanos tinham como destino a eliminação em aterros ou lixeiras”.

“Também no ano passado, a valorização material (reciclagem) e orgânica (compostagem) atingiu o maior volume de sempre (48,6 mil toneladas), com um aumento de 15%, mais 6,3 mil toneladas, relativamente a 2016”, acrescentou.

A titular da pasta do Ambiente adiantou ainda que, no ano passado, “um terço das ilhas dos Açores" alcançou o objetivo de 'aterro zero', salientando que as Flores, pelo segundo ano, e o Corvo e Santa Maria, pela primeira vez, "valorizaram a totalidade dos respetivos resíduos urbanos”, dos quais 85%, 84% e 82% foram encaminhados para valorização material e orgânica, e 15%, 16% e 18% para valorização energética, respetivamente.

“A mudança profunda que o Governo e os municípios dos Açores têm vindo a operar na estrutura de gestão de resíduos de todas as ilhas evidencia uma ambição transformadora que coloca a Região na linha da frente no contexto nacional”, afirmou Marta Guerreiro.

A Secretária Regional assegurou que este novo paradigma “permitiu a dinamização de um importante setor económico”, representando uma “nova forma de olhar para o desenvolvimento e para a economia”.

“Por exemplo, apenas as estruturas de gestão em alta de resíduos urbanos empregam hoje 255 trabalhadores, mais de metade, 131, nas sete ilhas com menor população, e geraram, em 2017, um volume de negócios de 10,5 milhões de euros”, frisou.

Marta Guerreiro evidenciou que “quase todos os produtos condenados ao lixo podem renascer para uma segunda vida”, frisando que “o melhor resíduo é aquele que não chega a ser produzido”.

Nesse sentido, lembrou que a prevenção para a redução da produção de resíduos “tem de estar na primeira linha das políticas públicas”.

A governante destacou “as medidas estabelecidas no diploma que visa a redução do consumo de sacos de plástico nos Açores”, adiantando que, apesar de este ser o primeiro ano completo de aplicação das medidas a todo o comércio a retalho, em 2016 e 2017, por via dessas medidas, “foram distribuídos nos Açores menos 79,1 milhões de sacos de plástico, retirando do consumo, nesses dois anos, cerca de 515 toneladas de plástico”.

“Estes dados atestam o sucesso das medidas, pois promoveram uma mudança substancial dos hábitos dos consumidores açorianos, por via da substituição dos sacos de plástico descartáveis por meios alternativos e reutilizáveis de transporte das compras”, frisou.

Marta Guerreiro afirmou, no entanto, que a problemática dos plásticos não se reduz aos sacos de compras, salientando que “existem inúmeros produtos e embalagens de plástico de uso quotidiano, muitos dos quais descartáveis, o que nos devem interpelar acerca da necessidade de se avançar com medidas visando a redução do consumo de determinadas embalagens e produtos”.

Na sua intervenção, referiu ainda que "está a decorrer o processo referente à primeira avaliação intercalar do PEPGRA - Plano Estratégico de Prevenção e Gestão de Resíduos dos Açores, o que constitui uma oportunidade de reflexão sobre as opções estratégicas em matéria de política de resíduos e de reposicionamento dos Açores face aos desafios emergentes”.


GaCS/HMB