15-06-2020 16:44

AçoresResíduos

Açores confirmam tendência de crescimento da valorização de resíduos urbanos em 2019

A Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo adiantou hoje que, em 2019, “os Açores valorizaram mais de metade dos resíduos urbanos produzidos (55,2%) e, consequentemente, a fração eliminada em aterro foi menor que a valorizada (44,8%)”, confirmando a tendência de crescimento da valorização destes resíduos.

“Em 2012, 87% dos resíduos urbanos tinham como destino a eliminação em lixeiras e aterros”, recordou Marta Guerreiro que falava, na Horta, na apresentação do relatório referente à produção e gestão de resíduos urbanos nos Açores no ano de 2019.

“Os dados constantes neste relatório demonstram a evolução progressiva e significativa da Região em matéria de tratamento de resíduos urbanos desde 2012, e com particular expressão desde 2016”, frisou.

Segundo a governante, “estes são dados consistentes, já que desde 2017, isto é, pelo terceiro ano consecutivo, os Açores estão a valorizar a maioria dos resíduos urbanos”.

“Em 2019, o destaque vai para a valorização orgânica, que registou um aumento de 10% face ao ano anterior”, evidenciou a Secretária Regional, reforçando que o foco é prosseguir este caminho de “valorizar sempre mais”.

Na apresentação do relatório, Marta Guerreiro salientou que “a valorização material (reciclagem) evoluiu de 9,6% em 2012 para 22,6% em 2019”, enquanto “a valorização orgânica (compostagem) era de apenas 3,6% em 2012, passando para 15,5% em 2019”, resultados que são “fruto de um trabalho que a Região tem feito ao longo dos últimos anos”.

Marta Guerreiro sublinhou ainda que, em 2019, “a taxa de preparação para reutilização e reciclagem fixou-se em 38,5%, enquanto os resíduos urbanos biodegradáveis eliminados em aterro corresponderam a 61,8% da quantidade de referência (o ano de 1995)”.

“Estes resultados de valorização e eliminação de resíduos urbanos são consequência da maior consciencialização das populações, da melhoria da eficiência dos sistemas de recolha e de tratamento, designadamente com o alargamento da recolha seletiva, a entrada em pleno funcionamento dos Centros de Processamento de Resíduos das sete ilhas com menor população e a construção da Central de Valorização Energética da Terceira”, afirmou.

A titular da pasta do Ambiente destacou ainda “o facto de seis ilhas dos Açores (Flores, Corvo, Faial, São Jorge, Graciosa e Santa Maria) terem atingido o ‘Aterro Zero’, com o pleno de valorização (100%) dos respetivos resíduos urbanos”.

Na sua intervenção, Marta Guerreiro salientou as várias medidas de prevenção implementadas, a par da abordagem da problemática dos resíduos nas atividades regulares de educação e sensibilização ambiental.

Nesse sentido, apontou o seguimento da campanha televisiva ‘Diga NÃO aos plásticos descartáveis’, as linhas de orientação e medidas que visam a redução da produção de resíduos e a reutilização e reciclagem nos serviços públicos e no setor público empresarial e as medidas para a redução do consumo de sacos de plástico.

“Entre 2016, data de início da aplicação das medidas, e 2019 foram distribuídos menos 225 milhões de sacos de plástico no comércio a retalho, retirando do consumo cerca de 1.500 toneladas de plásticos”, adiantou.

Marta Guerreiro lembrou ainda que, também em 2019, foi lançado “um projeto piloto de recolha seletiva de resíduos orgânicos nos Açores, disponibilizando mil contentores específicos aos municípios que pretendessem iniciar a recolha seletiva de resíduos urbanos biodegradáveis, tendo aderido 14 dos 19 concelhos da Região”.

“Já este ano, vimos o projeto relativo ao sistema de depósito de embalagens não reutilizáveis de bebidas nos Açores ser aprovado para financiamento pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu 2014-2021, através dos European Economic Area Grants (EEA Grants), que visa a implementação, até ao final de 2021, de um sistema que integra 25 máquinas destinadas à devolução de embalagens não reutilizáveis de bebidas, em plástico, vidro e metal, a instalar em todas as ilhas do arquipélago, em função da dispersão territorial, garantindo, pelo menos, um equipamento por concelho”, frisou.

Segundo a governante, “trata-se de um projeto de cerca um milhão de euros, financiado a 90%, estruturante nas áreas do ambiente, das alterações climáticas e da economia de baixo carbono, e que foi o melhor pontuado no concurso, na área prioritária relativa às soluções para depósito de embalagens”, reforçando, assim, o incremento da reutilização e reciclagem e, por via disso, uma aposta decisiva na economia circular.

GaCS/HMB 

Fotos: GaCS/HO